Vamos começar com um pequeno exercício de imaginação, pense em uma pessoa em cargo de liderança, qual a primeira referência que vem a sua mente?
De maneira geral, a tendência é apontar um líder do sexo masculino, pois as lideranças ainda são sobretudo masculinas, seja nas empresas ou na política.
De acordo com estudos da Grant Thornton, em 2022, o número de mulheres ocupando cargos de liderança no Brasil era de 38%. Foram percebidos aumentos significativos ao longo dos anos na liderança feminina, já que em 2019 a taxa de ocupação era de 25%.
Entretanto, esse percentual ainda é considerado baixo.
No Brasil, ainda há um abismo em relação à desigualdade de gênero. Os reflexos são herdados da cultura de preconceitos, discriminações e estrutura social e econômica históricas.
No Brasil Colônia, as mulheres eram submetidas à dominação do homem que centralizava o poder somente para si. E assim permaneceram até meados dos anos 1930 e com o processo de industrialização, as mulheres passaram a ingressar no mercado de trabalho e requererem alguns direitos.
Em 1932 o código eleitoral permitiu o direito ao voto e à participação política para as mulheres.
A constituição de 1934 garantiu alguns direitos como a proibição de trabalho das mulheres em local insalubre e a permissão de descanso depois do parto. Depois disso, não tiveram avanços realmente significativos.
As coisas somente começaram a mudar novamente depois dos movimentos feministas da década de 70.
A Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, destaca alguns direitos às mulheres, tais como:
● igualdade entre homens e mulheres;
● direitos civis, sociais e econômicos das mulheres;
● igualdade de direitos e deveres na sociedade conjugal, direito de separação e união sem vínculo jurídico.
● proibição da discriminação de mulheres no mercado de trabalho;
● direitos contraceptivos.
Diversas outras legislações foram aprovadas depois disso a fim de garantir o direito das mulheres. No entanto, apesar das conquistas, as mulheres ainda vivem uma realidade de desigualdade e discriminação que impõem obstáculos à conquista a um patamar de liderança feminina.
Quando as mulheres passaram a integrar a força de trabalho remunerada na sociedade, os cargos comuns eram professora, costureira e funcionária do comércio. Sobretudo profissões ligadas à vida doméstica, ao cuidado ou apoio. Essas eram, obviamente, profissões caracterizadas como sendo de mulher.
Dessa maneira, as mulheres só conseguiram ocupar espaços e conquistar direitos após muita luta e até “permissão” da sociedade para que ela exercesse outros papéis como lideranças femininas.
Encontrar hoje uma mulher que exerce uma liderança feminina dentro da organização é olhar para toda história e perceber que essa mulher é uma representatividade feminina e incentiva outras mulheres a se tornarem líderes também.
Mulheres são muito mais cobradas pela sua aparência e para exalar juventude, como se envelhecer fosse um problema para elas. Isso se reflete no ambiente de trabalho que busca selecionar as mulheres considerando, e muito, sua aparência.
Quando falamos em aparência, é algo que vai além do drees code ou etiqueta empresarial. Está certo que é necessário vestir-se de acordo com o contexto empresarial e zelar pela sua higiene pessoal. Mas aqui não estamos falando sobre isso, e sim a respeito do julgamento dos corpos, idade, peso, características. Algumas vezes, esses são fatores determinantes para as mulheres entrarem, permanecerem e chegarem à liderança em algumas empresas.
Mulheres são mais propensas a terem uma ideia, executarem a tarefa e outro colega levar os créditos por isso.
Quando elas decidem impor limites ou expressarem sua opinião, tendem a ser descredibilizadas com ataques psicológicos, ou a inversão dos fatos.
Portanto, as barreiras invisíveis que se impõe à mulher no mercado de trabalho são tão fortes e prejudiciais quanto as barreiras que conseguimos enxergar e nomear como, por exemplo, as taxas de desigualdade de gênero, o salário menor, a jornada dupla de trabalho, a maternidade, entre outros fatores.
Não há como falar em líder sem falar de liderança. A liderança é uma habilidade que existe nas pessoas e também pode ser desenvolvida. Ela independe de gênero!
De acordo com Chiavenato, a liderança é um fenômeno tipicamente social. É uma forma de poder pessoal e influência que se exerce em outras pessoas do grupo.
No princípio da administração, a liderança era mais definida como uma forma de domínio e controle para fazer cumprir o desempenho organizacional.
Com o avanço da Teoria das Relações Humanas, a liderança deixou de lado um pouco esse aspecto para compreender que os líderes são agentes de mudança em seus liderados, inspiram e motivam a fim de alcançar os objetivos de forma global e proporcionar crescimento e aperfeiçoamento pessoal.
A maneira como o líder se comporta com seus liderados interfere diretamente no ambiente de trabalho. As pessoas se inspiram no líder para agirem e tomarem atitudes.
Um bom líder deveria articular as demandas da organização com as necessidades dos indivíduos, conectando as necessidades de ambas as partes a fim de promover o desenvolvimento organizacional e individual.
As mulheres desenvolvem suas habilidades de relacionamento desde muito cedo devido às condições de educação de gênero a partir da infância. Mas, longe de ser uma desvantagem, as habilidades de relacionamento são muito importantes para a sociedade, a sensibilidade, a empatia, o compartilhamento e a vontade de ajudar são fatores relevantes e necessários ao bem-estar social.
É possível verificar mudanças causadas pela maior participação feminina nas empresas. Vemos pautas trazidas ao mundo corporativo como horário flexível, benefícios à família, assistência médica pediátrica, creche ou auxílio-creche, entre outros, que beneficiam e minimizam o impacto da desigualdade de gênero.
As mulheres possuem uma tendência maior a adaptar-se às mudanças, também se preocupam mais com os detalhes, com as pessoas, são atenciosas de modo geral. Segundo o estudioso Peter Drucker, as mulheres líderes possuem características peculiares que lhes permite humildade, tratando com igualdade a todas as pessoas da organização. São muito honestas em relação às próprias fraquezas e buscam seu próprio aperfeiçoamento.
As mulheres também respeitam mais os seus adversários aprendendo com eles.
Não é coincidência que nas listas de melhores empresas para trabalhar no Brasil podemos encontrar uma boa parte de cargos gerenciais exercidos por mulheres. Elas valorizam mais o trabalho em equipe, são menos imediatistas, raciocinam a longo prazo, são mais perseverantes e constantes, possuem maior flexibilidade para o aprendizado constante e sobrevivem melhor em tempos de aperto.
Não existe o melhor ou o pior, existem pessoas diferentes com experiências diferentes, sejam elas homens ou mulheres.
Mulheres não são necessariamente melhores líderes, existem tendências e estilos diferentes de liderança entre os gêneros.
Também existe a trajetória pessoal e o desenvolvimento enquanto liderança. Assim como toda habilidade, a liderança também pode e deve ser aprendida e desenvolvida.
As empresas estão percebendo que necessitam de uma equipe diversa com pessoas diferentes, pensando e agindo a fim de atingir os objetivos organizacionais e garantir a sobrevivência da empresa no mercado.
Equipes homogêneas não criam e não inovam.
Portanto, é necessária uma equipe com diversidade de gênero, idade, etnia, cor e classe social.
São muitos os desafios históricos que as mulheres encontram no caminho até sua chegada à liderança. Por isso não é difícil compreender o motivo pelo qual elas desistem de cargos estratégicos e vão em busca de empresas mais inclusivas.
Entre as medidas que as empresas podem adotar para apoiar as lideranças femininas podemos citar:
Apesar das empresas se posicionarem a favor da diversidade e inclusão, as mulheres ainda são minoria nos cargos de liderança.
Ações que podem minimizar a desigualdade são a adoção de vagas exclusivas para mulheres e o pedido do currículo sem foto, por exemplo.
Mulheres continuam ganhando menos que os homens ocupando as mesmas posições e desempenhando funções de igual responsabilidade. A diminuição dessa desigualdade ainda é pauta dos movimentos feministas e possui uma série de leis engavetadas.
Sem dúvida, mulheres querem ser reconhecidas não somente com homenagens, mas também com remuneração digna e condizente com o seu trabalho.
Valorizar as lideranças femininas também é investir em sua formação e capacitação.
Essas ações despertam habilidades, empoderam e alinham os objetivos pessoais e organizacionais.
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É importante falar sobre a representatividade feminina e mostrar exemplos de liderança feminina inspiradora.
Conhecida como ex-primeira dama dos Estado Unidos, Michelle Obama é advogada. Participou sempre ativamente da reitoria de serviços estudantis e seu trabalho também aconteceu em hospitais da faculdade.
Conquistou a admiração de jovens estudantes e se manteve realizando seus trabalhos sociais com impacto nas comunidades, em especial, para as mulheres de seu país.
Durante a campanha de seu marido, Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, ela mediou encontros para defesa dos direitos das mulheres.
Luiza Trajano é considerada uma das mulheres mais ricas do Brasil, destaca-se como grande empreendedora que transformou o Magazine Luiza em uma rede de lojas expandindo-se do interior de São Paulo para todo o Brasil.
Luiza é uma referência na causa do direito e proteção das mulheres, ela lidera o grupo Mulheres do Brasil que defende igualdade e oportunidade entre gêneros e raças.
Para a empresária, as políticas públicas para reduzir a desigualdade entre homens e mulheres no trabalho é necessária.
Na visão da empreendedora, é preciso que existam escolas de turno integral para que as crianças estejam bem e protegidas enquanto suas mães trabalham.
Assim como é necessária a existência da igualdade salarial; para Luiza, ninguém pode pagar menos para uma mulher por ela ser mulher.
A jogadora profissional de futebol, Marta Silva, é a jogadora com maior número de gols pela Seleção Brasileira. Superando até mesmo seus colegas de profissão, Pelé e Neymar.
É a maior artilheira das Copas e já foi premiada seis vezes como a melhor jogadora pela FIFA.
Marta também atua pela causa da mulher sendo embaixadora da ONU Mulheres e realizando palestras sobre esportes, motivação e empoderamento feminino.
Tornou-se conhecida mundialmente conduzindo a Alemanha durante um período turbulento de crise financeira. A Chanceler alemã governou de forma bem-sucedida, tanto que no ano de 2016, o seu país atingiu um superávit recorde de 252,9 bilhões de euros. O seu trabalho como liderança feminina na gestão pública é inspirador e admirável.
Importante liderança feminina política durante a pandemia de COVID-19, na época a então primeira ministra da Nova Zelândia levou a sério todas as medidas sugeridas pelos especialistas durante a pandemia. Assim, conseguiu conduzir seu país de modo seguro tendo atingido menos apenas 4,37 mortes por milhão de habitantes.
É notável que as diferenças entre homens e mulheres são reflexos de uma composição histórica cultural e social. Não existem argumentos suficientemente fortes do ponto de vista biológico que poderiam impedir a igualdade e a inclusão das mulheres no mercado de trabalho.
Os esforços sociais e empresariais devem ser no sentido de promover políticas para uma sociedade moderna, próspera e equilibrada. A fim de garantir estabilidade à mulher no mercado de trabalho, garantia a pais e mães de poderem exercer seus papéis familiares e organizacionais de forma saudável com flexibilidade de horários, garantia de salários equitativos, entre outros.
A diversidade nas organizações gera impactos e resultados positivos. Proporcionam um ambiente mais estimulante e produtivo. Sendo assim, as empresas podem aproveitar o momento para se beneficiar das diferenças entre seus liderados para torná-los o grande diferencial competitivo organizacional.
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